Desinfecção avançada com ultravioleta e cloração: combinar tecnologias eleva a segurança da água

Usar ultravioleta e cloração de forma combinada cria uma barreira múltipla capaz de ampliar o espectro de inativação de microrganismos, reduzir riscos operacionais e otimizar custos. Isso porque a desinfecção representa a última “trava” de segurança no tratamento de água e onde falhas custam caro. A seguir, você entende como funciona, quando aplicar e quais cuidados de projeto e operação adotamos na Liter.

Ultravioleta e cloração: entregas e limites de cada tecnologia

A radiação ultravioleta (UV) atua danificando o material genético (DNA/RNA) por fotólise, impedindo a replicação microbiana.

– Pontos fortes: ação imediata; não gera subprodutos químicos; eficiente contra cistos e oocistos (ex.: Giardia, Cryptosporidium).

– Pontos de atenção: não deixa residual e depende de dose (mJ/cm²) e UVT da água; subdosagem pode permitir reativação.

Já a cloração atua com substâncias como HOCl/OCl⁻ que oxidam estruturas celulares e enzimas; deixa residual que protege reservatórios e redes contra recontaminação.

– Pontos fortes: custo competitivo; controle de biofilme/alga; essencial para distribuição e reúso com armazenamento.

– Pontos de atenção: alguns organismos são mais resistentes; pode formar subprodutos (ex.: THMs/HAA5) quando mal dosado ou em água com altos precursores orgânicos; sensível a pH (HOCl é mais eficaz em pH levemente ácido/neutro).

Por que ultravioleta e cloração juntos são melhores?

Combinar ultravioleta e cloração cria um efeito multibarreira. Se uma etapa tiver performance abaixo do ideal, a outra compensa, mantendo o risco microbiológico muito baixo. Em muitos cenários, a soma vai além do “1+1” e se torna sinérgica. Confira alguns dos benefícios práticos:

1. Inativação ampliada

Diferentes mecanismos (fotólise + oxidação) cobrem amplo espectro de patógenos.

2. Menos químicos, mesma segurança

A dose UV permite reduzir setpoints de cloro para atingir a mesma meta de risco (ou o inverso), mitigando subprodutos.

3. Residual sob medida

O cloro protege a água após a UV, limitando biofilme, odores e recontaminação.

4. Resiliência operacional

Falha temporária em uma etapa não compromete o padrão microbiológico de saída.

5. Custo-benefício

Menor “superdimensionamento” individual; uso racional de reagentes e energia.

Essa combinação permite dois arranjos possíveis. Veja abaixo quando escolher cada um:

UV → Cloração (sequencial com residual)

– Objetivo: máxima segurança microbiológica + residual para distribuição/armazenamento;

– Quando usar: ETA/ETE com reservação ou redes, reúso industrial com linhas longas, torres de resfriamento, utilidades em que o residual é essencial;

– Vantagens: UV entrega “kill step” imediato; cloro ajusta residual e perfil de ORP no downstream.

Cloração → UV (AOP UV/Cl₂ para oxidação avançada)

– Objetivo: além da desinfecção, promover oxidação de micropoluentes (radicais •OH, Cl•, Cl₂•⁻ gerados pela fotólise do cloro);

– Quando usar: água de reúso de maior exigência, redução de odor/gosto, metas específicas de microcontaminantes;

– Vantagens: sinergia de oxidação; possibilidade de reduzir PAC/ozônio em certos casos;

– Atenção: requer controle fino de dosagem/UVT e blindagem contra excesso de subprodutos.

A combinação ultravioleta e cloração é decisiva em ETAs/ETEs, reúso e utilidades (caldeiras, torres), ampliações de plantas e linhas com osmose reversa, elevando a segurança microbiológica, controlando biofilme e reduzindo biofouling com previsibilidade operacional.

Na prática, a Liter avalia a qualidade de água, metas microbiológicas (Log Removal Credits), cinética de desinfecção e requisitos regulatórios para selecionar o arranjo ideal.

Implementamos ultravioleta e cloração em quatro etapas: diagnóstico/engenharia (definição de dose UV e CT); soluções plug and run (skids UV, dosagem e SCADA); comissionamento/treinamento e acompanhamento contínuo. Tudo isso garante um resultado: mais segurança, menos subprodutos, menor custo operacional e conformidade com normas, com suporte técnico da Liter.

A desinfecção multibarreira com ultravioleta e cloração é hoje um padrão de alta confiabilidade. Quer elevar a segurança da sua água? Fale com a Liter e receba um estudo de aplicação para o seu processo.

Leia também: A importância da radiação ultravioleta no reúso de água.

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Qualidade da água de entrada para sistema de osmose reversa

A qualidade da água de entrada é um dos fatores mais determinantes para o desempenho, a confiabilidade e a vida útil de um sistema de osmose reversa (OR). Como a OR é um processo de separação por membranas, qualquer desvio na qualidade dessa água de entrada pode resultar em problemas sérios, como incrustação, fouling orgânico, formação de biofilme, aumento de consumo de energia e redução da vazão de permeado. Por isso, entender quais parâmetros definem uma boa qualidade de água de entrada e como tratá-la corretamente antes das membranas é essencial para garantir eficiência e reduzir custos operacionais. O que é a água de entrada em um sistema de osmose reversa? Chamamos de água de entrada (ou água de alimentação) aquela que chega ao sistema de osmose reversa após as etapas anteriores de tratamento, como filtração, clarificação, abrandamento ou outros processos de condicionamento. É essa água de entrada que entra efetivamente nos vasos de pressão e entra em contato direto com as membranas. Se ela não estiver dentro dos parâmetros recomendados pelos fabricantes, os riscos de falhas e paradas não programadas aumentam significativamente. Em outras palavras: não existe bom desempenho em OR com água de entrada ruim. Parâmetros críticos da

Leia Mais

Entenda quais são os problemas mais comuns em leitos mistos

Os leitos mistos de resinas de troca iônica são amplamente utilizados no polimento final da água, especialmente em sistemas que exigem elevada pureza. Em geral, esses leitos são posicionados após sistemas de desmineralização (leitos catiônicos e aniônicos em série) ou após osmose reversa, removendo os íons residuais presentes em baixas concentrações. Quando bem dimensionados e operados, os leitos mistos são capazes de entregar água com resistividades típicas na faixa de 15 a 18 MΩ.cm, atendendo aplicações críticas em geração de vapor de alta pressão, indústria eletrônica, farmacêutica, cosmética e laboratórios analíticos. Porém, justamente por operarem em condições sensíveis, também são suscetíveis a uma série de condições recorrentes que afetam a qualidade da água e a confiabilidade do sistema. A seguir, apresentamos os problemas mais comuns em leitos mistos, suas causas e boas práticas para operação, manutenção e escolha correta das resinas. Problemas mais frequentes em leitos mistos e suas causas Apesar da alta eficiência, alguns problemas se repetem na operação de leitos mistos. Em grande parte dos casos, as causas estão associadas a falhas de regeneração, projeto, operação ou manutenção. 1. Qualidade da água fora da especificação Um dos sinais mais claros de problemas em leitos mistos é a saída

Leia Mais