Tratamento da Água de Chuva após a Armazenagem

O tratamento da água de chuva após a armazenagem e antes do uso é crítico para a saúde de quem irá consumi-la, bem como para a manutenção do sistema. O nível do tratamento da água de chuva após a armazenagem dependerá exclusivamente da intenção de uso da mesma. Por exemplo, a água usada para irrigação não necessitará das mesmas etapas de tratamento da água para beber. Em qualquer caso, recomendamos um sistema com múltiplas barreiras para garantir um tratamento adequado à água. Abaixo listamos alguns diferentes métodos disponíveis para o tratamento da água de chuva.

Filtração

A filtração é um processo físico semelhante ao peneiramento, porém trabalha com partículas menores. Existem vários níveis de filtração e eles são mensurados de acordo com o tamanho da partícula removida. Por exemplo, um filtro de 5 µm de polipropileno bloqueia partículas cujo tamanho seja de 5 µm ou maior (1 µm = 10-6 m). Os filtros podem remover microrganismos, sedimentos, metais e matéria orgânica da água. É importante que estes filtros sejam monitorados e trocados periodicamente, de acordo com a especificação do fabricante.

Adsorção

Compostos orgânicos presentes na água são removidos através da adsorção, que normalmente é realizada através do uso de carvão ativado. É importante que estes compostos sejam removidos antes de que a cloração seja realizada. A cloração com a presença destes contaminantes pode gerar compostos orgânicos halogenados, onde muitos são reconhecidamente carcinogênicos. Somente com o uso de filtros apropriados é que se poderá obter a remoção adequada destes contaminantes para então potabilizar a água.

Desinfecção

O objetivo da desinfecção é destruir os microrganismos potencialmente perigosos a quem vai consumir a água. Grande parte dos microrganismos não são retidos pelos filtros adotados para remoção de material particulado, assim, há a necessidade de sanear a água.

Os processos mais comuns de sanitização da água de chuva são: cloração, ultravioleta e ozonização.

Cloração

Considerada peça fundamental no tratamento da água de chuva após a armazenagem, a cloração usa o produto químico cloro, podendo ele ser seco, líquido ou gasoso. Normalmente em sistemas residenciais aconselha-se o uso de cloro em pastilhas (seco). A grande vantagem de usar cloro na desinfecção da água é que ele deixa um residual protegendo-a de contaminações futuras. Ele pode ser facilmente removido da água com uma simples filtração por carvão ativado. É importante mencionar que o uso de cloro deve ser recomendado pelo fabricante do equipamento de tratamento. O fabricante deve indicar o produto adequado para a sua aplicação. O cloro utilizado em piscinas normalmente é mais agressivo e a água não ficará potável. Além disto, a cloração deve ser a última etapa do tratamento, já que o cloro na presença de matéria orgânica pode gerar subprodutos indesejáveis.

Ultravioleta

A luz ultravioleta é um método comum dentro da indústria e que vem ganhando espaço em sistemas residenciais. O sistema de ultravioleta emite uma luz, cujo comprimento de onda específico é responsável por quebrar o DNA de microrganismos, impedindo-os de se reproduzirem. Um ponto importante a ser mencionado é que a luz ultravioleta é mais eficiente quando a água já foi totalmente tratada e ainda não recebeu dosagem de cloro. Qualquer sedimento na água pode absorver a luz, impedindo-a de agir sobre os patógenos presentes na água. Por isto a filtração é tão importante antes de aplicar a UV sobre a água. A luz UV é prejudicial quando aplicada diretamente sobre uma pessoa, portanto utilize sistemas aprovados e de boa procedência.

Ozonização

A ozonização sanitiza a água através da injeção do gás ozônio na água. Normalmente é aplicado no momento em que a água será distribuída ou mesmo antes de armazená-la. A grande vantagem do uso de ozônio é seu grande poder de oxidação, eliminando assim a grande maioria de contaminantes, porém sua vida é muito curta, perdendo a efetividade, em média, em até 30 minutos.

O ozônio pode ser produzido através do ar atmosférico, porém o mesmo deve conter algum dispositivo para remoção da umidade. A umidade pode facilitar a formação do ácido nítrico e reduzir a vida útil do aparelho.

Mineralização

A remineralização é executada através do uso de tanque de contato que contém minerais específicos com lenta dissolução na água. Ela é importante pois neutraliza o pH, que é ácido, além de adicionar cálcio, magnésio, bicarbonato, sulfato e outros compostos à água. A água com baixa concentração de minerais é altamente corrosiva, podendo danificar equipamentos metálicos e favorecer a liberação de cobre ou chumbo. Além disto, deficiência de sais específicos pode causar riscos à saúde humana. A OMS recomenda a concentração de 10 mg/l de Magnésio e 30 mg/l de cálcio na água potável.

Se você tem dúvidas em relação a qualidade da sua água, entre em contato com a LITER para que possamos auxiliá-lo a encontrar a melhor solução.

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Qualidade da água de entrada para sistema de osmose reversa

A qualidade da água de entrada é um dos fatores mais determinantes para o desempenho, a confiabilidade e a vida útil de um sistema de osmose reversa (OR). Como a OR é um processo de separação por membranas, qualquer desvio na qualidade dessa água de entrada pode resultar em problemas sérios, como incrustação, fouling orgânico, formação de biofilme, aumento de consumo de energia e redução da vazão de permeado. Por isso, entender quais parâmetros definem uma boa qualidade de água de entrada e como tratá-la corretamente antes das membranas é essencial para garantir eficiência e reduzir custos operacionais. O que é a água de entrada em um sistema de osmose reversa? Chamamos de água de entrada (ou água de alimentação) aquela que chega ao sistema de osmose reversa após as etapas anteriores de tratamento, como filtração, clarificação, abrandamento ou outros processos de condicionamento. É essa água de entrada que entra efetivamente nos vasos de pressão e entra em contato direto com as membranas. Se ela não estiver dentro dos parâmetros recomendados pelos fabricantes, os riscos de falhas e paradas não programadas aumentam significativamente. Em outras palavras: não existe bom desempenho em OR com água de entrada ruim. Parâmetros críticos da

Leia Mais

Entenda quais são os problemas mais comuns em leitos mistos

Os leitos mistos de resinas de troca iônica são amplamente utilizados no polimento final da água, especialmente em sistemas que exigem elevada pureza. Em geral, esses leitos são posicionados após sistemas de desmineralização (leitos catiônicos e aniônicos em série) ou após osmose reversa, removendo os íons residuais presentes em baixas concentrações. Quando bem dimensionados e operados, os leitos mistos são capazes de entregar água com resistividades típicas na faixa de 15 a 18 MΩ.cm, atendendo aplicações críticas em geração de vapor de alta pressão, indústria eletrônica, farmacêutica, cosmética e laboratórios analíticos. Porém, justamente por operarem em condições sensíveis, também são suscetíveis a uma série de condições recorrentes que afetam a qualidade da água e a confiabilidade do sistema. A seguir, apresentamos os problemas mais comuns em leitos mistos, suas causas e boas práticas para operação, manutenção e escolha correta das resinas. Problemas mais frequentes em leitos mistos e suas causas Apesar da alta eficiência, alguns problemas se repetem na operação de leitos mistos. Em grande parte dos casos, as causas estão associadas a falhas de regeneração, projeto, operação ou manutenção. 1. Qualidade da água fora da especificação Um dos sinais mais claros de problemas em leitos mistos é a saída

Leia Mais