O que é um DLFC da Válvula Runlucky?

O DLFC da válvula Runlucky é uma peça instalada nessas estruturas para controlar a vazão de retrolavagem e lavagem rápida. A sigla vem do inglês Drain Line Flow Control [Controle de fluxo da linha de drenagem]. Estas peças conferem uma grande faixa de aplicação para cada modelo de válvula da Runlucky, permitindo adequações da vazão e da velocidade de retrolavagem para cada aplicação.

O DLFC funciona aumentando a perda de carga na linha de dreno, fazendo com que a vazão de água diminua após sua instalação. A magnitude da queda de pressão depende do número e tamanho do orifício do DLFC. As figuras abaixo apresentam diferentes modelos de DLFC e os respectivos modelos de válvulas da Runlucky em que estes dispositivos são aplicados.

Figura 1 – Diferentes modelos de DLFC e as respectivas válvulas da Runlucky às quais são instalados.

Como é feita a instalação do DLFC da Válvula Runlucky e diferentes aplicações

A instalação do DLFC é feita na linha de dreno da válvula, onde recomenda-se também a instalação de um rotâmetro para aferição da vazão. Desta forma, durante a partida de um equipamento é possível ajustar a vazão de retrolavagem projetada para maximizar a eficiência de regeneração das resinas de troca iônica.

A Tabela 1 apresenta os modelos de DLFC disponíveis e as vazões base para cada modelo na pressão de 3 bar.

Tabela 1 – Modelos de DLFC disponíveis e suas vazões de retrolavagem e lavagem rápida para a pressão de entrada da água de 3 bar.

Os dados da Tabela 1 são úteis para o cálculo da velocidade de retrolavagem obtida com cada modelo de DLFC. Para ilustrar este procedimento, vamos considerar um abrandador montado em um tanque Toruz modelo14x65, o qual trata 1,5 m3/h de água com a resina Trilite KH-80.

Devido à vazão operacional deste equipamento, o mesmo poderia ser montado com uma válvula de 2,0 m3/h (F65) ou 4,0 m3/h (F63), que usam o mesmo modelo de DLFC. A Tabela 2 apresenta a velocidade de retrolavagem obtida neste equipamento para os cinco modelos de DLFC da família 63 apresentados na Tabela 1. Na mesma tabela também é apresentado o valor de expansão obtida no leito de resina para cada DLFC.

Tabela 2 – Velocidades de retrolavagem e expansões do leito de resina obtidas com o uso dos diferentes modelos de DLFC da família 63 no abrandador 14×65 em estudo, cálculos realizados para pressão padrão de 3 bar e temperatura de 20 °C.

Analisando os valores da Tabela 2 observamos que apenas o DLFC 63 – #5 atende ao limite de expansão requerida para uma boa retrolavagem. Este exemplo demonstra a importância da especificação correta do DLFC de modo a garantir uma boa condição de regeneração dos equipamentos de troca iônica.

As vazões através do DLFC discutidas até aqui são funções da pressão, ou seja, um aumento de pressão de entrada no DLFC levará a um aumento da vazão. Para prever como as variações de pressão influenciam no comportamento do DLFC pode ser utilizado o Software de Dimensionamento Integrado (em breve disponível), desenvolvido pela Liter para auxiliar no processo de dimensionamento de equipamentos de troca iônica usando válvulas de controle da Runlucky.

Leia também: Dimensionamento das válvulas Runlucky para uso em projetos

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Água desmineralizada para caldeiras de alta pressão

Caldeiras de alta pressão são equipamentos destinados à produção e acumulação de vapor sob temperaturas e pressão superiores às do ambiente. O vapor produzido possui ampla aplicação em indústrias, abrangendo desde a geração de energia elétrica e movimentação de máquinas até aquecimento, limpeza e esterilização de equipamentos e superfícies. Devido às condições extremas de operação, a necessidade de controle e alta qualidade de água de alimentação se tornam essenciais para evitar adversidades operacionais, redução de eficiência e até mesmo a ocorrência de catástrofes maiores. A presença de íons de cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e sódio (Na+) na forma de carbonatos, bicarbonatos, sulfatos, cloretos e hidróxidos podem levar à incrustação nos sistemas, dificultando a troca de calor e o escoamento do fluido. A corrosão, por sua vez, é ocasionada pela presença de gases dissolvidos, como O₂ e CO₂, que reduzem a resistência mecânica dos materiais metálicos e comprometem a estrutura das caldeiras de alta pressão. A presença de sílica, especialmente em caldeiras de alta pressão, também é crítica, pois, nessas condições, a sílica pode volatilizar e ser arrastada com o vapor, provocando incrustações nas pás de turbinas de geração de energia, causando desbalanceamento, danos mecânicos e degradação da qualidade do vapor.

Leia Mais

Remoção de nitrato por troca iônica: a resina ideal e princípios de funcionamento

A remoção de nitrato (NO3–) presente na água utilizada para consumo humano além de necessária, é regulamentada pela portaria n° 888 do Ministério da Saúde, indicando que a concentração da substância deve ser mantida abaixo de 10 mg/L (em base N) de modo a evitar danos à saúde. Comumente se encontram fontes de água subterrânea com teores de NO3– acima do permitido, e quando isto ocorre, a troca iônica é sempre uma das alternativas consideradas como rota tecnológica para a remoção de nitrato. Para esta aplicação, as resinas aniônicas são aplicadas no ciclo Cl–, e após sua exaustão, são regeneradas com soluções de NaCl. As reações de troca iônica e regeneração são apresentadas abaixo. R representa a resina e seu grupo funcional sem fazer distinção quanto ao tipo de grupo funcional. Dois tipos de resinas podem ser utilizados para remoção de nitrato, sendo elas as Aniônicas Fortemente Básicas de tipo I (SBA Tipo I) e as resinas seletivas, sendo estas referidas como resinas com melhor desempenho e eficiência na remoção da substância. Em geral, a escolha entre esses dois tipos de resinas é feita levando em consideração a química da água, em especial a presença de sulfato (SO42-). Os fatores

Leia Mais