Análises de água recomendadas para projeto de sistemas de remoção de ferro e manganês

Durante a implantação de sistemas de remoção de ferro e manganês, é crucial realizar análises de água observando parâmetros específicos. Cada uma dessas etapas tem objetivos distintos, com diferentes graus de importância para a descontaminação da água.

Confira na tabela abaixo quais análises de água são recomendadas para que seja possível prever com segurança o desempenho do sistema de remoção de ferro.

Análise Objetivo Importância
Ferro total – Permitir análise da quantidade de ferro a ser removida pelo filtro; – Prever a taxa de filtração utilizada;
– Prever campanha do filtro e cálculo da dosagem de oxidante necessária.
Fundamental
Manganês total – Permitir análise da quantidade de manganês a ser removida pelo filtro; – Prever a taxa de filtração utilizada;
– Prever campanha do filtro e cálculo da dosagem de oxidante necessária.
Fundamental
N-Amoniacal Cálculo da dosagem de oxidante necessária. Fundamental
Ácido sulfídrico (H2S) – Cálculo da dosagem de oxidante necessária;
– Avaliação da necessidade de teste piloto.
Fundamental
pH Verificar a necessidade de dosagem de alcalinizante ou acidificante. Fundamental
Cor aparente – Verificar a presença de compostos orgânicos;
– Ter estimativa qualitativa sobre sua massa molar.
Fundamental
Cor verdadeira – Verificar a presença de compostos orgânicos;
– Ter estimativa qualitativa sobre sua massa molar.
Fundamental
Carbono orgânico total – Verificar quantitativamente o teor de compostos orgânicos presentes na água;
– Verificar a necessidade de ensaios pilotos ou então rotas complementares de tratamento.
Fundamental
Carbono orgânico dissolvido – Verificar quantitativamente o teor de compostos orgânicos presentes na água;
– Verificar a necessidade de ensaios pilotos ou então rotas complementares de tratamento.
Fundamental
Turbidez Estimativa qualitativa do teor de sólidos suspensos na água. Importante
Condutividade elétrica Verificar a quantidade indireta de sais dissolvidos. Complementar
Cloro residual Verificar a existência de cloro residual na água. Complementar
Dureza Verificar o índice de dureza da água. Complementar
Contagem de bactérias Verificar a presença de bactérias que podem consumir oxidante dosado na entrada do filtro. Complementar

Detalhes que devem ser observados nas análises de água

A análise dos parâmetros que refletem a concentração de matéria orgânica na água é importante para a avaliação do desempenho da mídia filtrante, uma vez que moléculas orgânicas interferem no processo de remoção de ferro e manganês.

Para a análise de carbono orgânico dissolvido, a amostra é filtrada em membrana com retenção de 0,45 μm antes da amostra ser analisada. Desta maneira, pode-se ter uma estimativa do tamanho das moléculas causadoras de cor e sua maneira de remoção.

A etapa de filtração em membrana de 0,45 μm também é feita para o parâmetro referente à cor verdadeira. A medida de cor reflete de maneira indireta a concentração de compostos orgânicos presentes na água, e sua avaliação em conjunto com os parâmetros de carbono orgânico total e carbono orgânico dissolvido são utilizados de maneira qualitativa para avaliar o tamanho das moléculas orgânicas.

O conhecimento do teor de nitrogênio amoniacal e ácido sulfídrico na água também é necessário, uma vez que estes contaminantes também consomem o oxidante dosado, podendo influenciar o desempenho da mídia filtrante.

Recomenda-se que a água seja analisada mais de uma vez antes do projeto do sistema. O ideal é que se faça o monitoramento da fonte de água em diferentes épocas do ano, com o intuito de identificar possíveis sazonalidades, e verificar como a concentração dos contaminantes se comportam.

Também é fundamental que após a instalação do sistema de tratamento sejam feitas coletas e análises de controle com o objetivo de garantir que o sistema está operando dentro dos critérios de projeto.

Tem dúvidas em relação a esse e outros processos de análises de água? Entre em contato com a nossa equipe, somos especialistas em purificação e qualidade de água.

Leia também: Como ocorre a desinfecção da água por luz ultravioleta

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Qualidade da água é decisiva para a performance das membranas de osmose reversa

A eficiência da osmose reversa (OR) está diretamente ligada a um ponto crítico: a qualidade da água de entrada. Quando essa qualidade é negligenciada, os impactos são imediatos, desde incrustações e crescimento biológico até falhas estruturais nas membranas. Por que a qualidade da água é tão importante? Embora o sistema de osmose reversa tenha alta capacidade de retenção de contaminantes, ele não foi projetado para atuar sozinho contra uma água bruta sem tratamento prévio. A osmose reversa é a etapa de polimento do processo, e não uma solução para corrigir falhas de pré-tratamento. Se os parâmetros da água de alimentação estiverem fora dos limites recomendados, os problemas surgem rapidamente: obstruções, redução do fluxo de permeado, aumento da pressão diferencial, baixa rejeição de sais e redução drástica da vida útil das membranas. Um dos principais indicadores da qualidade da água é o SDI (índice de densidade de sujeira), em que valores acima de 3 indicam alto risco de colmatação. Diversos contaminantes afetam diretamente a operação das membranas, incluindo: – Cloro livre, que pode oxidar membranas de poliamida; – Ferro e manganês, que se precipitam formando depósitos insolúveis; – Cálcio e magnésio, responsáveis por incrustações calcárias; – Sílica coloidal, difícil de remover

Leia Mais

Controle de pH e problemas com carbonato de cálcio na osmose reversa

O controle de pH surge como uma estratégia central na prevenção do problema de formação de incrustações, principalmente pelo carbonato de cálcio (CaCO₃), um dos principais responsáveis por perdas de desempenho e redução da vida útil das membranas de osmose reversa. A eficiência desses sistemas depende diretamente da qualidade da água de alimentação e do controle rigoroso de variáveis operacionais. Como o carbonato de cálcio prejudica as membranas de osmose reversa O carbonato de cálcio é um sal pouco solúvel que precipita quando a concentração de íons cálcio (Ca²⁺) e carbonato (CO₃²⁻) ultrapassa o limite de solubilidade. Esse depósito sólido, chamado de scaling, gera diversos efeitos indesejados, como o aumento da pressão diferencial, a redução da vazão de permeado, a elevação do consumo de energia e a diminuição da vida útil das membranas. Um dos principais fatores que favorecem a formação de carbonato de cálcio é justamente o pH da água. Quanto maior o pH, maior a tendência de precipitação. O controle de pH atua diretamente sobre as formas químicas do carbono inorgânico presentes na água. Variações no pH alteram o equilíbrio entre dióxido de carbono, ácido carbônico, bicarbonato e carbonato, modificando o risco de precipitação de CaCO₃: – pH

Leia Mais