Conservação de resinas de troca iônica na época de entressafra

Nas usinas de açúcar e etanol, a conservação de resinas de troca iônica durante a entressafra é um fator essencial para garantir o desempenho dos sistemas de desmineralização de água na próxima safra. Durante o período de inatividade, sem os devidos cuidados, as resinas podem sofrer degradação, contaminação e perda de capacidade, impactando diretamente a eficiência operacional e os custos da usina.

Problemas comuns na conservação de resinas neste período

Quando as resinas de troca iônica ficam paradas por longos períodos sem a conservação adequada, podem ocorrer diversos problemas, como:

– Crescimento microbiológico: a presença de umidade e nutrientes na resina favorece o desenvolvimento de bactérias, fungos e biofilme, comprometendo sua capacidade de troca iônica.

– Ressecamento e fissuras: a exposição ao ar pode levar ao ressecamento das esferas de resina, resultando em microfissuras que reduzem sua eficiência e durabilidade.

– Contaminação com ferro e sílica: impurezas presentes na água ou em equipamentos podem impregnar as resinas, afetando seu desempenho.

– Perda de capacidade de troca iônica: a falta de um método adequado de conservação pode acelerar o desgaste das resinas, aumentando a necessidade de reposição e os custos operacionais.

Métodos recomendados para conservação de resinas de troca iônica

A estratégia de conservação de resinas deve ser escolhida de acordo com o tempo de parada e as condições ambientais. Entre os principais métodos utilizados, destacam-se:

1. Armazenamento úmido com solução de salmoura

Esse método é ideal para períodos longos de entressafra, entre 3 e 6 meses. A solução salina protege as resinas contra o crescimento microbiológico e evita o ressecamento. No entanto, é essencial monitorar a qualidade da salmoura e substituí-la periodicamente para evitar degradação.

2. Armazenamento em água desmineralizada

Caso a conservação em salmoura não seja viável, as resinas podem ser armazenadas em água desmineralizada, desde que o período de inatividade seja inferior a 48 horas. Para paradas mais longas, é necessário monitoramento microbiológico frequente e substituição da água sempre que necessário.

Alguns cuidados adicionais na conservação de resinas devem ser observados, como, por exemplo, evitar contaminação com óleo e ferro, mantê-las em local protegido de luz e calor excessivo e realizar monitoramento periódico.

Como a Liter pode ajudar na conservação de resinas?

A Liter oferece suporte especializado para usinas que desejam garantir a qualidade e longevidade de suas resinas de troca iônica. Contamos com um laboratório especializado na análise de resinas, permitindo identificar a integridade do material e propor soluções personalizadas para sua conservação. Além disso, nossa equipe técnica está preparada para orientar boas práticas de armazenamento e manutenção, garantindo a melhor performance dos sistemas de desmineralização de água.

Precisa de ajuda para otimizar a conservação das suas resinas? Entre em contato com a Liter e conte com nossa expertise!

Leia também: Por que analisar sua resina de troca iônica?

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