Monitoramento de sistemas de troca iônica

Acompanhar o desempenho do sistema é fundamental para garantir que as resinas de troca iônica funcionem bem e tenham uma longa vida útil, resultando em água tratada de boa qualidade. Para verificar se o sistema está em boas condições, é importante medir alguns parâmetros da água que entra e no momento que sai.

Nos sistemas de desmineralização, é recomendável monitorar a condutividade da água de entrada, ajudando a detectar qualquer desvio dos valores esperados e analisar a água de saída, que informa sobre a eficácia do tratamento e a necessidade de regeneração. Outro ponto importante é medir o pH após a coluna catiônica, visto que um pH adequado deve estar entre 2 e 4 durante o funcionamento normal. Com o tempo, esse pH tende a subir, especialmente quando o sistema está se aproximando do final da campanha. Medir o pH após a coluna aniônica também é importante; ele deve estar próximo da neutralidade.

Para sistemas de abrandamento, desnitrificação e desfluoretação, é aconselhável analisar a concentração de íons indesejáveis tanto na água de entrada quanto na água tratada. Isso ajuda a verificar a eficácia do tratamento e a necessidade de regeneração.

Além disso, é fundamental monitorar alguns parâmetros durante todas as etapas do processo de regeneração (como retrolavagem, injeção de produtos químicos e lavagens lenta e rápida) para garantir que o processo seja eficaz e a resina recupere sua capacidade de troca.

Os aspectos a serem monitorados incluem:

– Concentração da solução regenerante durante a injeção de produtos químicos;

– Velocidades específicas de cada etapa para garantir um processo controlado e evitar a regeneração incompleta ou excessiva;

– Duração de cada fase, assegurando um contato adequado durante as lavagens e a interação do regenerante com a resina;

– Medição do pH para garantir que o excesso de regenerante foi removido, resultando em um pH próximo da neutralidade;

– Medição da condutividade para verificar se o excesso de regenerante e íons indesejáveis foi eliminado da resina;

– Análise da qualidade da água tratada após a regeneração, checando se a eficiência está nos limites esperados;

– Inspeção visual da resina, já que a regeneração inadequada ou frequente pode prejudicá-la.

Além disso, são recomendadas análises anuais do desempenho da resina, que incluam a verificação da densidade aparente do leito, teor de umidade, capacidade total de troca iônica, análise por microscopia óptica e avaliação granulométrica.

Esses monitoramentos são essenciais para garantir a eficácia da resina no sistema, garantindo que ela funcione bem e a operação seja otimizada.

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