Como funcionam os Injetores de Válvulas Runlucky

Os injetores de válvulas Runlucky são dispositivos que as diferenciam das válvulas para filtros, possibilitando a sucção do produto químico de interesse apenas com energia hidráulica. Mas antes de entrar em detalhes sobre o funcionamento dos injetores, vamos relembrar as classificações destas válvulas quanto à sua aplicação.

As válvulas Runlucky se dividem entre aquelas para abrandadores e para filtros. As destinadas a abrandadorespodem ser aplicadas também na montagem de sistemas de desmineralização. Elas se diferenciam das válvulas de filtro por apresentarem em sua estrutura dispositivos que permitem a entrada dos químicos utilizados para a regeneração das resinas de troca iônica (salmoura, ácidos ou soda cáustica).

Para abrandador, com injetor.
Para filtros, sem injetor.

Funcionamento dos Injetores de Válvulas Runlucky

Esses dispositivos que permitem a entrada dos químicos são os injetores. Os modelos utilizados nas válvulas Runlucky são:

– Série 63 (6301 a 6310) – 2,0 a 6,0 m3/h;

– Série 74 (7401 a 7406) – 8,0 a 10,0 m3/h;

– Série 77 (7701 a 7705) – 15,0 a 20,0 m3/h;

– Série 78 (7801 a 7801) – Acima de 40,0 m3/h.

Os injetores se baseiam no princípio de Venturi, possibilitando a sucção do produto químico de interesse apenas com energia hidráulica. A Figura 1 apresenta um desenho representativo de um tubo do tipo Venturi.

O escoamento principal é direcionado com uma pressão P1 da seção 1 até a seção 2, de mesmo diâmetro, consequentemente, mesma área de seção transversal (A1 = A2). Contudo, no meio do trajeto existe uma redução da área disponível para o escoamento, representado pelo ponto 3 na Figura 1.

Figura 1 – Tubo do tipo Venturi, exemplificando os efeitos causados devido a contração da seção transversal.

Para que o princípio de conservação da massa seja respeitado, a velocidade do escoamento na seção 3 deverá aumentar, de modo a passar a mesma quantidade de fluido em uma área de seção transversal menor (A3 < A1=A2). Se aplicarmos a Equação de Bernoulli (considerando um fluido invíscido em regime turbulento) entre os pontos 1 e 3, chega-se à seguinte relação:

Na qual P é a pressão, ϑ é a velocidade, g é a aceleração gravitacional e γ é o peso específico do fluido.

Analisando a Equação 1, observamos que para manter a igualdade entre os termos a pressão no ponto 3 deverá reduzir, para compensar o aumento da velocidade na garganta do Venturi. O funcionamento dos injetores das válvulas Runlucky baseia-se neste princípio, uma vez que podemos utilizar este ponto de menor pressão para injetarmos outra corrente de fluido. A Figura 2 apresenta o injetor Venturi, agora com uma entrada secundária em sua garganta:

Figura 2 – Tubo do tipo Venturi com entrada secundária na garganta.

A magnitude da vazão secundária depende dos parâmetros geométricos do injetor e da diferença de pressão entre a entrada e a saída do dispositivo.

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Guia para escolha de sistemas UV

A aplicação de sistemas UV (ultravioleta) tem se consolidado como uma das tecnologias mais eficientes e sustentáveis para desinfecção de água. Amplamente utilizados em sistemas potáveis, industriais e até para reúso, esses sistemas garantem a inativação microbiológica sem adição de produtos químicos. No entanto, a escolha correta do sistema UV requer atenção a diversos parâmetros técnicos. Neste guia, apresentamos um passo a passo para ajudar você a selecionar o sistema UV mais adequado às necessidades do seu processo. Etapa 1: determine a vazão de operação A vazão da água que passará pelo reator é um dos fatores mais determinantes. Ela afeta diretamente o tempo de exposição da água à radiação UV e, portanto, a eficácia da desinfecção. Quanto maior a vazão, maior deve ser a irradiância e potência do sistema. Já em sistemas de baixa vazão, o tempo de residência da água é maior, permitindo uma dosagem mais concentrada de UV. Etapa 2: avalie a qualidade da água A eficácia dos sistemas UV depende da qualidade da água de alimentação. Parâmetros como turbidez, cor, sílica coloidal e sólidos dissolvidos interferem diretamente na transmissão da luz UV. Sempre realize uma análise completa da água antes da escolha do reator. Pré-tratamentos adequados

Leia Mais

Análise de água e monitoramento para sistemas de luz ultravioleta

A desinfecção por luz ultravioleta é um dos métodos mais eficazes para a inativação microbiológica de uma ampla gama de patógenos presentes na água. No entanto, para garantir a eficiência máxima do processo e a durabilidade dos equipamentos, é fundamental realizar uma análise de água criteriosa e manter um programa de monitoramento constante dos sistemas de luz ultravioleta. Por que a qualidade da água é tão importante para a luz ultravioleta? A eficiência dos sistemas de luz ultravioleta depende diretamente das características da água de alimentação. Quando os parâmetros da água estão fora dos padrões recomendados, há risco de comprometer a passagem da luz e, consequentemente, a eficácia da desinfecção. Veja na tabela abaixo os principais parâmetros recomendados para água de entrada em sistemas de desinfecção por luz ultravioleta: Transmitância UVT254: o parâmetro mais crítico Entre todos os parâmetros, a transmitância UVT254 da água é o mais relevante para o desempenho do sistema de luz ultravioleta. Esse índice mede a capacidade da água de permitir a passagem da radiação UV. Quando a transmitância está baixa, menos luz chega ao alvo, comprometendo a inativação microbiológica. Além disso, valores de turbidez superiores a 1 NTU e cor aparente acima de 15 mg

Leia Mais