Como conservar membranas de osmose reversa na entressafra de usinas de açúcar e etanol

Saber como conservar membranas de forma adequada durante o período de entressafra das usinas de açúcar e etanol é essencial para evitar danos estruturais, incrustações e proliferação microbiológica que podem comprometer a eficiência do sistema quando ele voltar à operação, uma vez que os sistemas de osmose reversa ficam inativos por semanas ou até meses.

Mesmo em paradas breves, as membranas devem ser protegidas contra o ressecamento e o acúmulo de contaminantes. Veja o procedimento recomendado nesses casos:

– Realize uma lavagem com permeado ou água de alimentação filtrada assim que o sistema for desligado, mantendo a válvula de concentrado aberta;

– Interrompa a dosagem de produtos químicos antes da lavagem;

– Mantenha as membranas sempre submersas na água de lavagem, sem exposição ao ar;

– Lave o sistema a cada 24 horas. Se houver risco de bioincrustação, aumente a frequência ou use água permeada;

– Na ausência de água para lavagem diária, adote o procedimento de conservação de longo prazo.

Como conservar membranas em paradas longas

Nas paradas superiores a 7 dias, como ocorre durante a entressafra, é necessário um processo mais completo de conservação:

1. Realize uma limpeza química adequada

Antes de conservar, as membranas devem ser limpas de acordo com o tipo de sujidade (orgânica, inorgânica, biológica ou coloidal). Essa etapa é crucial para evitar reações indesejadas durante o armazenamento, especialmente quando há presença de metais pesados como ferro, cobalto ou cobre. ⚠️ Atenção: o uso de bissulfito de sódio em membranas contaminadas com metais pode causar oxidação. Nesses casos, recomenda-se adicionar agentes quelantes à solução conservante.

2. Use solução conservante específica

A solução deve conter:

– Metabissulfito de sódio (SBS) entre 0,5% e 1% para inibir o crescimento microbiológico.

– Água desmineralizada ou permeado como base.

– pH da solução deve ser mantido acima de 3,0.

A troca da solução deve seguir as instruções do fabricante, geralmente entre 30 e 60 dias.

3. Armazene corretamente

Mantenha as membranas em sistema fechado, pressurizado ou em carcaças seladas. Caso armazenadas fora do skid, devem permanecer imersas em tanques apropriados, vedados, protegidos da luz solar e calor. Bolsões de oxigênio devem ser evitados para preservar a eficácia do conservante.

4. Faça o monitoramento periódico

Durante toda a entressafra, monitore:

– pH da solução;

– Concentração do SBS;

– Condições ambientais do local de armazenamento.

5. Reative corretamente na retomada da safra

Ao fim da entressafra, é essencial realizar um enxágue completo com água desmineralizada ou permeado e verificar a integridade das membranas com testes de pressão e vazão antes de retomar a operação plena.

Por que é importante saber como conservar membranas?

Ignorar esse cuidado pode acarretar muitos prejuízos evitáveis, como a formação de biofilmes e colônias bacterianas, danos estruturais irreversíveis, redução significativa da vida útil das membranas, um desempenho abaixo do esperado e contaminação do sistema.

A Liter pode ajudar você a conservar corretamente suas membranas, pois oferecemos soluções completas em osmose reversa, incluindo:

– Equipamentos e kits de dosagem;

– Consultoria técnica especializada para o dimensionamento correto e recomendações de preservação.

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Leia também: Conservação de resinas de troca iônica na época de entressafra.

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Contaminantes e pré-tratamentos para osmose reversa: o que você precisa saber

Pré-tratamentos para osmose reversa (OR) são essenciais para proteger o sistema e evitar falhas operacionais, perdas de desempenho e custos com manutenções frequentes, uma vez que tais sistemas são amplamente utilizados para obtenção de água de alta pureza, fazendo com que a eficiência e a durabilidade das membranas dependam diretamente da qualidade da água de alimentação. Quais os principais contaminantes da água de alimentação? Antes de definir as etapas ideais de pré-tratamento, é importante conhecer os contaminantes que podem comprometer o desempenho das membranas: – Sólidos suspensos e coloidais: argilas, óxidos metálicos (como ferro e manganês), matéria orgânica particulada e sílica coloidal provocam o entupimento da membrana e aumentam a pressão diferencial no sistema. – Compostos orgânicos: como ácidos húmicos, graxas, surfactantes e óleos aderem à membrana, dificultando a passagem da água e estimulando o crescimento de microrganismos. – Microrganismos: bactérias, fungos e algas podem formar biofilmes sobre as membranas, comprometendo o fluxo e exigindo limpezas químicas recorrentes (biofouling). – Compostos inorgânicos: sais como cálcio, magnésio, bário e ferro podem precipitar na forma de incrustações (scaling), reduzindo a eficiência e a vida útil do sistema. – Cloro e agentes oxidantes: oxidam a estrutura das membranas de poliamida, provocando danos irreversíveis

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O que fazer quando a limpeza química não recupera a eficiência do sistema?

A limpeza química é um dos processos mais importantes para restaurar a eficiência de sistemas de osmose reversa. Realizada por meio do CIP (Clean-In-Place), ela tem como objetivo remover incrustações, biofilmes e depósitos orgânicos acumulados nas membranas. Porém, nem sempre o resultado esperado é alcançado. Quando o desempenho não retorna ao normal, é sinal de que algo mais sério pode estar acontecendo. Quando a limpeza química não resolve os potenciais problemas, as principais causas podem ser: – Decisão tardia: Quando os dados operacionais da planta não são monitorados e normalizados adequadamente, a limpeza química é feita apenas após os danos se tornarem irreversíveis. Como consequência, a eficiência operacional se deteriora de forma progressiva a cada ciclo. – Biofilmes resistentes: Biofilmes bem aderidos, compostos por microrganismos e material orgânico, podem impedir a remoção total das sujidades. Em casos assim, é necessário alternar agentes químicos ou realizar uma sequência de limpezas específicas para romper essa barreira protetora. – Danos físicos ou químicos nas membranas: Se as membranas forem expostas a produtos inadequados, pressões incorretas ou condições operacionais fora do padrão, podem ocorrer danos estruturais irreversíveis. Nesse cenário, a limpeza química não é suficiente para recuperar a performance do sistema. – Procedimento de

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