A influência da turbidez na desinfecção com sistemas de ultravioleta

Os sistemas de ultravioleta são uma forma eficaz de fazer a desinfecção da água e efluentes, promovendo rápida inativação dos microrganismos em um curto tempo de contato. Apesar da elevada eficiência, alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto de sistemas que irão utilizar reatores ultravioleta na desinfecção, devendo ser mantidos mesmo após a instalação, partida e operação do sistema.

Dentre os contaminantes que podem afetar o desempenho de um sistema de desinfecção por luz UV, a turbidez merece destaque. Para o uso de sistemas de ultravioleta, recomenda-se que a turbidez da água ou efluente de entrada seja menor que 1 NTU, evitando a presença de partículas suspensas no interior do reator.

A presença de partículas suspensas diminui a eficiência de inativação. Na Figura 1, dois mecanismos distintos de proteção aos microrganismos estão representados.

Figura 1 – Mecanismo de interferência e sombreamento causado pela presença de partículas suspensas na água ou efluente.

Fonte: adaptado de Crittenden et al., 2012.

O desvio ou absorção parcial da luz UV pelas partículas suspensas diminui o tempo de exposição dos microrganismos, fazendo com que a dosagem efetiva do reator seja menor, ocasionando a perda de eficiência. Por se tratar de um processo complexo, é difícil prever como determinado valor de turbidez irá afetar o desempenho do sistema, porém alguns estudos mostram que o aumento de dosagem pode seguir relação exponencial de acordo com a turbidez de entrada, como apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Influência da turbidez na dosagem requerida para inativação de bacteriófago MS2 em diferentes matrizes de água.

Fonte: Bolton e Cotton, 2008.

Desta forma, é importante que sejam previstos meios de prevenir a entrada de turbidez no sistema de ultravioleta durante a concepção do projeto. Essa prevenção pode ser feita por pré-tratamentos específicos que visam remover partículas suspensas da água, como, por exemplo, filtros granulares de areia ou zeólita, filtros de cartucho, membranas de ultrafiltração etc.

A Liter possui diversas linhas de produtos que podem ser utilizados para prevenir a entrada de turbidez nos sistemas de ultravioleta, além de possuir sistemas de ultravioleta de baixa e média pressão que cobrem uma ampla faixa de vazão. Confira as nossas soluções!

Leia também: Como calcular a dosagem de luz ultravioleta para desinfecção de água?

Compartilhe esse conteúdo:

Leia também

Qualidade da água é decisiva para a performance das membranas de osmose reversa

A eficiência da osmose reversa (OR) está diretamente ligada a um ponto crítico: a qualidade da água de entrada. Quando essa qualidade é negligenciada, os impactos são imediatos, desde incrustações e crescimento biológico até falhas estruturais nas membranas. Por que a qualidade da água é tão importante? Embora o sistema de osmose reversa tenha alta capacidade de retenção de contaminantes, ele não foi projetado para atuar sozinho contra uma água bruta sem tratamento prévio. A osmose reversa é a etapa de polimento do processo, e não uma solução para corrigir falhas de pré-tratamento. Se os parâmetros da água de alimentação estiverem fora dos limites recomendados, os problemas surgem rapidamente: obstruções, redução do fluxo de permeado, aumento da pressão diferencial, baixa rejeição de sais e redução drástica da vida útil das membranas. Um dos principais indicadores da qualidade da água é o SDI (índice de densidade de sujeira), em que valores acima de 3 indicam alto risco de colmatação. Diversos contaminantes afetam diretamente a operação das membranas, incluindo: – Cloro livre, que pode oxidar membranas de poliamida; – Ferro e manganês, que se precipitam formando depósitos insolúveis; – Cálcio e magnésio, responsáveis por incrustações calcárias; – Sílica coloidal, difícil de remover

Leia Mais

Controle de pH e problemas com carbonato de cálcio na osmose reversa

O controle de pH surge como uma estratégia central na prevenção do problema de formação de incrustações, principalmente pelo carbonato de cálcio (CaCO₃), um dos principais responsáveis por perdas de desempenho e redução da vida útil das membranas de osmose reversa. A eficiência desses sistemas depende diretamente da qualidade da água de alimentação e do controle rigoroso de variáveis operacionais. Como o carbonato de cálcio prejudica as membranas de osmose reversa O carbonato de cálcio é um sal pouco solúvel que precipita quando a concentração de íons cálcio (Ca²⁺) e carbonato (CO₃²⁻) ultrapassa o limite de solubilidade. Esse depósito sólido, chamado de scaling, gera diversos efeitos indesejados, como o aumento da pressão diferencial, a redução da vazão de permeado, a elevação do consumo de energia e a diminuição da vida útil das membranas. Um dos principais fatores que favorecem a formação de carbonato de cálcio é justamente o pH da água. Quanto maior o pH, maior a tendência de precipitação. O controle de pH atua diretamente sobre as formas químicas do carbono inorgânico presentes na água. Variações no pH alteram o equilíbrio entre dióxido de carbono, ácido carbônico, bicarbonato e carbonato, modificando o risco de precipitação de CaCO₃: – pH

Leia Mais